sexta-feira, 17 de abril de 2009

Como a moral e a política estão unidas, para Aristóteles

«Sendo nossa intenção tratar aqui de coisas relativas à moral, o que temos que fazer em primeiro lugar é averiguar exactamente de que ciência faz parte. A moral, a meu ver, só pode fazer parte da política. Em política nada é possível sem se ser dotado de certas qualidades; quero dizer, sem se ser um homem de bem. Mas ser homem de bem implica ter virtudes; e, portanto, se em política se quer fazer algo, é preciso que se seja moralmente virtuoso. Isto faz com que o estudo da moral apareça como uma parte e até como o princípio da política, e, por conseguinte, defendo que ao conjunto deste estudo deve dar-se-lhe o nome de Política em vez do de Moral. Creio, portanto, que deve tratar-se, em primeiro lugar, da virtude, e mostrar como é e como se forma, porque não se tirará qualquer proveito em saber o que é a virtude se não se souber também como nasce e por que meios se adquire».(...)
(a responsabilidade da tradução deste excerto a partir do castelhano é minha, excerto que se encontra em La Gran Moral, Libro Primero, Capítulo I, De la naturaleza de la moral)
in Aristóteles, Moral (La Gran Moral y Moral a Eudemo), Espasa-Calpe,S.A., Colección Austral, 6.ª edición, Madrid, 1976